O ONIBUS ESPACIAL 1.10: MANOBRAS NO ESPAÇO

Marcos Pontes
15/06/2007

Para grandes manobras, como mudanças e órbita, inserção e queima de reentrada, o veículo possui o Sistema de Manobras Orbitais (OMS – Orbital Maneuvering System), que é constituído de dois motores foguete de propelente líquido. Os motores são localizados na parte traseira da espaçonave, um de cada lado da base do estabilizador vertical e têm 12.000 libras de empuxo.
Para manobras menores, como acoplamento, estabelecimento e manutenção de atitude, o veículo dispõe do Sistema de Controle de Reação (RCS – Reaction Control System). Esse sistema é composto de conjuntos de pequenos motores foguete de propelente líquido localizados no nariz e na cauda do veículo. Eles são divididos nos três eixos principais e podem movimentar o veículo em rotação e pequenas translações. Cada conjunto possui motores de dois tipos: Primários e Verniers. Os primários têm 870 libras de empuxo e os verniers, para manobras precisas, apenas 24 libras de empuxo.
O RCS é utilizado também como alternativa para auxiliar, concluir, ou isoladamente realizar a redução de órbita (queima) de reentrada. O sistema é usado para manobrar o veículo depois da queima de reentrada até que as superfícies aerodinâmicas tornem-se efetivas na atmosfera mais densa.
Portanto, sempre temos que tomar muito cuidado com o controle do seu propelente (deve sobrar quantidade suficiente para manter o controle na reentrada!) e integridade do sistema de alimentação.
Para controle da alimentação dos sistemas, a tripulação conta com os painéis no topo da cabine de controle, onde pode controlar o propelente para cada grupo isoladamente.
As manobras podem ser realizadas manualmente pelo piloto ou pelo comandante utilizando o “manche” (RHC – Rotational Hand Controller) e o controle de translação (THC – Translational Hand Controller) do painel frontal, ou programadas no piloto automático (DAP – Digital Auto Pilot), localizado no pedestal central entre os assentos do piloto e do comandante na cabine de controle.
É também interessante notar que, para as manobras de acoplamento, visto que o dispositivo de acoplamento do veiculo é localizado no compartimento de carga voltado para o topo do veículo, o piloto utiliza um conjunto de controles secundários (RHC e THC) localizados no painel traseiro da cabine de controle (Flight Deck) para movimentar o veículo, enquanto observa visualmente a aproximação pelas janelas superiores e traseiras da cabine. Nesse caso, existe um interruptor que pode alterar o sistema de controle em termos de direção de resposta dos inputs dos controles. Isso auxilia o piloto a “raciocinar” com o movimento à frente (aproximação da ISS) como o movimento para cima em relação aos eixos do corpo do veículo. Isto é, no caso desse interruptor ser acionado, quando o piloto empurra o THC (comanda movimento +X) o veiculo move-se “para cima” (no eixo Z, sentido topo do veículo).

Nas próximas semanas continuaremos com outros sistemas e operações do Ônibus Espacial. Até lá!

Outra coisa!...Acompanhem a Missão do Atlantis à ISS na TV Nasa. Atualmente temos 5 astronautas companheiros meus de turma da NASA (Classe de Astronautas 17 – Turma 98 - Pingüins) no espaço: Sunita (Suni) Willians, Steven (Steve) Swanson, John (Danny) Olivas, Lee (Bru) Archambault e Clayton (Clay) Anderson.

Um grande abraço,

Marcos Pontes

 


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